Como trabalhar na Argentina parte II: Trabalhando no ''negro''

Dando continuidade a sequência de como trabalhar na Argentina, esse post vai para você que não pode esperar o tempo necessário que eu citei aqui no primeiro post, e precisa ganhar dinheiro rápido, o que tem que fazer é buscar trabalho ''negro''.

• O que é trabalho no mercado ''negro'':

Trabalhar no mercado negro, é o termo que é usado na argentina, para denominar aquele trabalho que no Brasil nós chamamos de sem registro em carteira, ou seja, você recebe um salário fixo, e comissão por vendas, no caso do trabalho na Argentina.

• E o que exatamente irei vender no trabalho negro?

Geralmente, quem procura trabalhar nesse tipo de mercado, vende pacotes de passeios para turistas que passam pela Calle Florida, que é a principal rua do centro de Buenos Aires ou nos arredores, e é um trabalho para pessoas que não são timidas, pois você tem que abordar o turista que está passando e convencê-lo a comprar o pacote com você.

Exemplo que acontece muito comigo quando estou no centro fazendo algo: a cada meio passo que eu dava vinha uma pessoa falar;
         
 - Olá, bom dia, estaria interessada em fazer um passeio, ou ir a um show de tango?

Geralmente quem trabalha com isso segura uma plaquinha para mostrar os passeios, e cada agência tem uma distância que pode trabalhar, pois são muitas agências que fazem isso

• E como funciona a relação de salários e a horários de trabalho?

Olha, geralmente a pessoa recebe um salário fixo por semana que varia de $ 200 a $ 500 PESOS ARGENTINOS dependendo da agência, mais a comissão que varia de 05% a 15% em cima de cada pacote vendido.
Os horários de trabalho variam de acordo com a agência de viagens que você for trabalhar, meu amigo, por exemplo, foi trabalhar em uma agência que dava a opção de meio período, porém pagava metade do salário fixo.

•  E como faço para conseguir?

Simples, assim que você quiser, é ir até a Calle Florida (Estação Linha B do metrô - Calle Florida) e procurar algum brasileiro com uma plaquinha na mão, e isso é muito fácil pois são muitos brasileiros que trabalham com esse tipo de vendas, e perguntar a algum deles se tem vaga de vendedor disponível, e, sempre tem em alguma agência.

• Recomendações:

- É contra-indicado para quem tem algum tipo de problema de saúde, pois faça chuva ou faça sol você tem que ficar na rua de pé o tempo do seu expediente todo, tirando o tempo que tem para almoço.

- Se você tem dificuldades de se relacionar com outras pessoas, pode esquecer esse tipo de trabalho, pois para fazer um turista fechar um pacote com você é necessário muita ''lábia'' e ''jogo de cintura''  como chamamos aqui no meu estado, ou seja, tem que fazer a cabeça do cliente para ele acreditar que a agência que você vende é a mais confiável, tem o melhor preço e etc.

- Esse tipo de trabalho depende muito de você ganhar dinheiro ou não, conheço gente que faz ótimas vendas e outras que não ganham quase nada, por isso, é um trabalho que é para ser temporário, até você acertar sua documentação e procurar um emprego fixo, pois além disso tudo, não possui nenhum tipo de benefício como plano de saúde, etc.

Próximo post sobre Trabalho na Argentina: sites que te ajudam a arrumar um emprego.

Como trabalhar na Argentina Parte I - Tirando a CUIL (Carteira de Trabalho)

Muitas pessoas me perguntam se é possível trabalhar e estudar na Argentina, possível é, porém, se você pode só estudar é a melhor coisa, pois medicina na Argentina ou em qualquer lugar do mundo é um curso muito puxado, maaas, se você não tem outra opção, para conseguir procurar emprego funciona assim:

• Primeiro passo: Ter o DNI ou a Precária em mãos:

O DNI, é o RG Argentino, ou seja, sua identidade como tem aqui no brasil, todos que vão viver na Argentina tiram esse DNI que é sua dupla cidadania válida por 15 anos, quem pretende viver mais que isso na Argentina tem que revalidar após esse tempo, as agências de assessoria ajudam o aluno a tirar o seu DNI, marcando uma hora na imigração quando o aluno já está em Buenos Aires, e o documento fica pronto em 3 meses e é como o da foto abaixo, porém, com sua foto, seus dados, e um carimbo vermelho em cima da sua foto escrito EXTRANJERO.

- Mas como assim Ana, vou ter que esperar três meses para conseguir dar entrada nos papéis para trabalhar?

Não. Quando você for até a imigração tirar seu DNI, assim que terminar todo o processo que dura de três até seis horas, você irá receber um certificado de residência PRECÁRIA (provisória) nesse mesmo dia, que é um papel igual a esse da imagem:

Esse papel comprova que você ja é um residente argentino. Com esse papel em mãos você já pode dar entrada na sua CUIL (Código Único de Identificação Laboral), que é a carteira de trabalho argentina, e assim entramos no segundo passo.

• Tirando a CUIL:

Para tirar a CUIL, você deve procurar uma agência da ANSES (Administrácion Nacional de Seguridad) e para achar a filial mais perto de você é apenas chamar o número 130 e perguntar ou entrar no site: http://www.anses.gob.ar/ , geralmente são pequenas as filas e a sua CUIL sai no mesmo dia.

Representação de uma agência da ANSES.

Os documentos requisitados para tirar a sua CUIL são:

- Certificado de Residência Precária ou DNI (Original e Foto)

- Comprovante de Residência (Original e Foto): Esse documento a agência irá te encaminhar para tirar na delegacia mais próxima da sua casa, pois sem esse documento você não consegue dar entrada nos trâmites do DNI.

- Após isso você já terá a sua CUIL nas mãos no mesmo dia, e, assim quando receber o DNI Permanente em mãos, é bom atualizar o cadastro com o número do seu DNI.

• Recomendações:

- O visto de entrada que você recebe quando chega em Buenos Aires dura três meses, e geralmente as agências deixam para tirar sua precária beirando os três meses, com isso, é essencial ir com uma reserva de dinheiro para ficar ao menos quatro meses sem  trabalhar, pois assim que você tira a CUIL, é que começa a busca pelo trabalho, e geralmente pode demorar para ser contratado por alguma empresa, então, é bom ter essa reserva para ficar tranquilo até começar a trabalhar.

Próximo post sobre a série de como trabalhar em Buenos Aires: Trabalho no ''negro''.